sexta-feira, 16 de abril de 2010

Queen of spades. ∞

Admiro os passionais. Suas explosões, seus impulsos, seu punho certeiro e sua forma direta. À mim, cabe apenas a covardia dos sensatos. Nada sei quanto os arrebatamentos e exageros, nada em meu mundo me incrimina, me declara. Sofro de constante acanhamento para com minhas emoções e isto, infelizmente, nada tem de sinônimos com a timidez. Frieza seria um julgamento errado, me creio, talvez, inexperiente da vida, inapta ao existir. Sou um pouco, quem sabe, menina demais para crescer, Ou talvez, pior ainda, velha demais para aprender. Já perdi minha infantilidade no riso e minha graciosidade no cambalear da euforia. Sim, sim, como eu admiro os passionais! Como queria eu ser capaz de dar voz mesmo que baixa, aos meus sonhos e teorias mirabolantes, quem dera eu ser capaz de desafios e jogos, ser capaz de atos de ciúmes e lágrimas de desespero... Sou apenas eu mesma, no entanto. Uma caixa compacta, guardando tudo que há de mim para ninguém mais ver, para nunca dividir. No brilho dos meus olhos, centenas de galáxias dissimuladas e nos meus lábios o gosto salgado de palavras de escárnio. Como queria abrir ao mundo um coração de champagne e ser, entre muitos, mais um passional. Mais um passional, à sua janela, sob toda a chuva do mundo, segurando quantas rosas quiser, só pra te dizer: "bom dia, boa noite, posso ficar por um tempo".

2 comentários:

  1. esse texto teu me lembrou do livro da Jane Austin, Razão e Sensibilidade. E claro, remete ao filme tb... Mais precisamente à personagem da Emma Thompson. ;o)

    Estava com saudades de passear por tuas letras...
    Estarei em ato contínuo agora. ;oD

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