segunda-feira, 31 de maio de 2010

Sem solução.

Oh! Cheiro abominável de fragrância chula
a exalar dos tentáculos frios,
que em arrepios
encrespam a outra pele
vomitando rejeição.

Oh! Senis e assexuados membros,
imitação bem próxima de braços,
quase mãos,
a prolongarem-se sobre o contorno
de formas apavoradas,
preparadas, em riste, imaginando
a concretização da fuga.

Oh! Esquálida e centenária criatura!
Foste condenada ao cubículo asqueroso,
excluída do mundo pelo sonho
de resgate temporão.
Foste acossada
e as carências te devoram irracionais
as carnes e as ideias.

E agora, dessa lama movediça
tentar emergir desesperada.
Enquanto afunda o teu pescoço,
festejo, em fogos, o fim fatídico
desta imersão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário