.últimas horas que antecede a pior madrugada.

Eu sou odiável, me perdoem a sinceridade. Do tipo de gente que, mesmo errada, mesmo admitindo estar errada; Continua errando. Por prazer? Por orgulho? Ou por incapacidade? Eu sou daquele tipinho arrogante, daquele jeitinho mimado, esnobe. Eu tenho um arzinho superior muito questionável e minhas manias são só minhas, ninguém tem o direito de criticar e ai de quem o fizer! Eu sou um dos seres humanos mais imprestáveis desse planeta. Nem é cu doce, ok? Vou bater em quem vier me elogiar por aqui. É um postulado! Sou ruim mesmo! Ruim do pior jeito. Dissimulada. Mal criada. Chata mesmo. Irresponsável, preguiçosa, petulante.
Eu tenho dó de quem se mete comigo. De quem se envolve. É terrível notar que, até agora, eu estive rodeada de gente que gosta de mim, mas que nem me imagina como a pessoa cruel que eu sou. Tão calculista, tão mentirosa… Como uma boa obra de arte, é de perto que se vê minhas falhas. Perdoem novamente a minha auto crítica inesperada. Não é drama. É ódio. Ódio da pessoinha mais estagnada e odiável existente; uma sugadora. Nenhuma das minhas alcunhas me segue por acaso. Eu as mereço, eu mereço cada uma. E nessas horas, em que não dá mais pra esconder a podridão por dentro das boas piadas (única e grande fortuna que eu tenho, obrigada) e da carinha de inocente, que meu coração se rasga de dentro pra fora. Por que ninguém pode ver, ninguém. Por favor, não veja. Eu te peço. Ignorem, ok? Eu não sou legal, mas sou engraçada.