quarta-feira, 2 de junho de 2010

Relatos do ínicio.

Eu não tenho cabelos vermelhos e o meu vestido não é amarelo. Eu sou só uma menina invísivel, deitada na grama invísivel que a moça que não sabia desenhar, não desenhou. Aquele é o menino que eu não lhe falei. Ele sempre está preso num único instante; o instante em que o moço que sabia desenhar, o desenhou.
O balão que subia as nuvens, com várias crianças chamando, teve de desviar o caminho, pois não fazia parte desse desenho. O avisão que trazia uma faixa, com linda declaração de amor, teve de mudar a rota, pois neste céu azul é que não foi desenhado. O pombo-correio que veio voando de fora da imagem, bateu o bico na borda e caiu. Por isso, o menino está sempre só.
Se as crianças do balão não conseguiram. Se o avisão também não conseguiu. Se nem o pombo-correio teve sucesso, como é que eu, uma menina invísivel, feita de palavras, poderia chegar até ele?! Foi o que passei dias e dias pensando. Então, numa de minhas viagens, ouvi dizer que uma imagem valia mais que mil palavras. Não tive dúvidas. Abri a oficina invisível, acendi as luzes transparentes e comecei a construir este imenso abraço de palavras. De mil e duas palavras. Para, um dia, entregar a ele.

Feito dia 09.04.2010 sobre o dia 07.04.2010 - O desenho?! É você Moço.

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